O REI DOS JUDEUS

Da casa de Caifás conduziram Jesus ao pretório. Era de manhã cedo. Mas os judeus não entraram no pretório, para não se contaminarem e poderem comer a Páscoa.
Saiu, por isso, Pilatos para ter com eles, e perguntou: 
– Que acusação trazeis contra este homem?
Responderam-lhe: 
– Se este não fosse malfeitor, não o teríamos entregue a ti.
Disse, então, Pila­tos: 
– Tomai-o e julgai-o vós mesmos segundo a vossa Lei.
Responderam-lhe os judeus: 
– Não nos é permitido matar ninguém.
Assim se cumpria a palavra com a qual Jesus indicou de que gênero de morte havia de morrer (Mt 20,19). 
Pilatos entrou no pretório, chamou Jesus e perguntou-lhe:
– És tu o rei dos judeus?
Jesus respondeu:
– Dizes isso por ti mesmo, ou foram outros que to disseram de mim?
Disse Pilatos:
– Acaso sou eu judeu? A tua nação e os sumos sacerdotes entregaram-te a mim. Que fizeste?
Respondeu Jesus: 
– O meu Reino não é deste mundo. Se o meu Reino fosse deste mundo, os meus súditos certamente teriam pelejado para que eu não fosse entregue aos judeus. Mas o meu Reino não é deste mundo.
Perguntou-lhe então Pilatos:
– És, portanto, rei?
Respondeu Jesus:
– Sim, eu sou rei. É para dar testemunho da verdade que nasci e vim ao mundo. Todo o que é da verdade ouve a minha voz.
Disse-lhe Pilatos: 
– Que é a verdade?...
 Falando isso, saiu de novo, foi ter com os judeus e disse-lhes: 
– Não acho nele crime algum. Mas é costume entre vós que pela Páscoa vos solte um preso. Quereis, pois, que vos solte o rei dos judeus?
Então todos gritaram novamente e disseram:
– Não! A este não! Solte Barrabás!

- JOÃO 18, 28-40.

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